Capela do Espírito Santo (Quinta da Torre - Tagilde)

As capelas do Espírito Santo da Quinta da Torre em Tagilde e a da Câmara de Guimarães, ambas da Confraria fundada por doutor Baltasar Vieira

Em Guimarães, no Museu Alberto Sampaio, existe um painel com a representação do Espírito Santo sobre a Virgem Maria e os apóstolos no dia de Pentecostes, o qual pertenceu a uma antiga capela da Câmara de Guimarães. Segundo José Marques, Professor Jubilado do Departamento de Ciências e Técnicas do Património da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, num artigo publicado na Revista da mesma faculdade, em 2004, a capela da Câmara de Guimarães foi fundada pelo doutor Baltasar Vieira do Desembargo do Rei D. Sebastião e senhor da Quinta da Torre na freguesia de Tagilde onde também mandou construir outra capela dedicada ao Espírito Santo.
Ambas as capelas foram dotadas e lavradas em escritura pública em casa de Baltasar Vieira, pelo tabelião de Guimarães, que para o efeito se deslocou à Quinta da Torre, a São Salvador de Tagilde, em 6 de Abril de 1569. Nesse documento ficou estabelecido que na capela da Câmara de Guimarães seriam celebradas sempre e para sempre duas missas semanais, nos dias em que houvesse reunião da vereação «pera que nosso senhor allumehe os governadores da dita villa para que governem administrarem inteiramente justiça ao povo». Na capela da Quinta da Torre seria celebrada uma missa por semana, tendo a mesma tudo o necessário para o culto. Do mesmo modo foi determinado que na oitava do Espírito Santo ou Pentecostes fosse celebrada uma missa solene na igreja da Senhora da Oliveira, acompanhada a órgão e com pregação, recebendo a Colegiada um Cruzado como estipêndio e dois tostões para o pregador.
Baltasar Vieira garantiu um dote para a decente conservação das capelas e para o cumprimento dos encargos estabelecidos, no qual obrigou todos os seus bens e estipulado um Cruzado anual ao Visitador para que este a vigiasse e a mantivesse sempre decente.
Esta escritura foi enviada ao Arcebispo e Senhor de Braga Primaz das Espanhas, D. Frei Bartolomeu dos Mártires, para que este desse licença para a realização dos actos litúrgicos nestas duas capelas. Foram testemunhas, Francisco Teixeira, Bartolomeu Borges e Gaspar Dias, todos criados do doutor Baltasar Vieira.
A capela do Espírito Santo tinha 5m e 10cm de comprido e 4m e 37cm de largura, tendo um só altar e por informações recentemente colhidas, dela apenas restam ruínas das paredes.


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