Agora é o tempo de Montenegro. Tempo que não se adivinha fácil e a sua permanência no governo deverá estar dependente de não desagradar a gregos nem a troianos, que é como quem diz, ao PS e ao Chega. Será certamente um equilíbrio difícil, mas, se há característica que Montenegro tem demonstrado é resiliência. Já a elevada votação no Chega obriga a fazer o que deveria ter acontecido há muito tempo, o de tratar este partido como um partido do sistema democrático. As regras da democracia a isso obrigam. O entendimento do fenómeno Chega vai ter de ser ajustado. Eu não creio que, conforme discurso dominante, os votos no Chega sejam de protesto, ainda que alguns o sejam. Há certamente mais consistência do que aquela que se alega. No essencial, os portugueses, ainda que o não digam abertamente, são mais conservadores do que liberais. Note-se que isso é diferente de xenofobia ou misoginia. O apego dos portugueses aos partidos de esquerda, não está nas causas relacionadas com os costumes s...