Economia Paralela

Veio hoje a público que a economia paralela em Portugal vale 25% do PIB. Há uns meses atrás alguém no na Televisão Pública de Angola dizia que naquele país a economia paralela valia 80% do PIB angolano e que paradoxalmente Angola precisava dessa economia para que milhões de famílias pudessem sobreviver, pois de outro modo não aguentariam os custos de uma economia formal.

Sobre os 25% de economia paralela divulgados hoje em Portugal João Duque estima que esta venha a aumentar no próximo ano fruto das medidas de austeridade que muitos portugueses consideram injustas e pouco equitativas como uma espécie de desculpa para o "vale tudo".

Creio que João Duque tem razão na sua estimativa porém esse aumento não será apenas porque muitos portugueses consideram as medidas de austeridade injustas, mas antes porque essa, em muitos casos, vai ser a única ferramenta que lhes vai permitir sobreviver. Acredito também que que deve haver um esforço do governo para formalizar uma certa economia paralela isentando-a de impostos porque ela é importante para a sustentabilidade de muitas famílias. É bom lembrar que muitas empresas que hoje são prósperas nasceram num contexto de economia paralela e que essa "ilegalidade" foi determinante para prosperarem nos primeiros anos. 

Aceitar esta realidade é também promover o empreendedorismo porque nem todos os têm vontade de empreender tem coragem para se hipotecar junto dos bancos e verdade é que não raramente obtêm proveitos para fazer frente à elevada carga de impostos que recai sobre as empresas (digo-o por experiência própria).


Comentários

joaquim ribeiro disse…
Falta dizer como se pagaria a educação pública, a saúde, a segurança, como se sustentaria a velhice, enfim, tudo aquilo que estamos habituados a exigir do Estado.
A não ser que se esteja a pensar em anarquia pura, porque, essa, fala de homens tão organizados que não precisam de Estado, o que não me parece o caso.

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