Liberdade Religiosa e o Estado Laico


A religiosidade parece assustar alguma classe intelectual que vê na liberdade de pensamento humano o divino supremo.

É deste modo contundente que começo esta minha pequena crónica de opinião porque ontem fui surpreendido pela notícia, de que o Movimento República e Laicidade pretende contestar os cada vez mais na moda passeios a Fátima promovidos pelas Câmaras Municipais. Da minha parte não gosto desses passeios promovidos pelas mais diversas autarquias porque invariavelmente procuram colher votos e isso a mim incomoda-me mas tenho consciência de que, especialmente a camada mais idosa, gosta deste tipo de passeios. Confesso que também gosto, mas não dos que são promovidos pelas câmaras e juntas de freguesia. Porém não vejo nesta prática nada, mas absolutamente nada, que ofenda o princípio laico do Estado. A eles só vai quem quer, e neles não há nada que possa ofender a liberdade religiosa de cada um, muito menos os forçam a pensar desta e daquela maneira em matéria religiosa.

Sou um defensor do princípio do Estado laico, não obstante há uma história e tradição Católica à qual o mesmo Estado não pode fugir. Mais do que isso, há uma maioria Católica de cidadãos portugueses e sabem muito bem que numa democracia vencem as maiorias, o que não impede que se ofenda ou menospreze os pensamentos e maneiras de ser das minorias. Não me incomoda por isso que nas cerimónias oficiais do Estado compareçam as entidades da Igreja Católica, assim como não me incomodaria que nas mesmas possam aparecer outras autoridades religiosas com representação no nosso país.

O Movimento República e Laicidade está a colocar em causa o direito à liberdade religiosa, “violentando” os cidadãos ao ateísmo. Os símbolos religiosos, sejam eles católicos ou não, fazem parte da liberdade individual de cada um. Os crucifixos na sala de aula, apenas incomodam e ofendem quem tem medo do Divino, ou quem se acha supra-iluminado.

Talvez as salas de aula devam ter o crucifixo de Cristo ao lado de outros símbolos de outras religiões, assim haja interessados na sala de aula. O mundo precisa de Fé e ecumenismo.

Comentários

1/2Kg de Broa disse…
Vejamos que cada um não pode simplesmente adornar as paredes de uma sala de aula com aquilo que acha sagrado. Não há espaço para tantos simbolos e nem acho que seja lugar para isso.Acho que as salas da catequese é o lugar mais indicado
Anonymous disse…
ICAR = INQUISIÇÃO

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