Do Trabalho à Flexibilidade e Polivalência
Portugal, de resto como a Europa, está enfiado no drama do desemprego, porém partimos de uma das mais baixas taxas da Europa em 2001, inferior a 4% para uma taxa superior a 11% em 2011 uma das mais altas de toda a Europa. O drama é tanto maior porque seguramente não haverá redução deste número num futuro próximo sendo dado como certo uma taxa de 13% para 2012.
Conforme se previa a troika instalada em Portugal para negociar o empréstimo de ajuda internacional impôs medidas facilitadoras dos actos de contratar e rescindir de mão de obra. Esta era uma revindicação que vinha sendo reclamada pelas associações patronais como estímulo às empresas e essencial para o desenvolvimento económico.
O sector público é sobejamente conhecido pelo desgoverno das contratações que fez ao longo dos tempos as quais conduziram a um exagerado despesismo com pessoal e ainda mais grave a um laxismo de uma parte significativa desses funcionários dando uma imagem de descrédito do sector estado. Nos meios mais pequenos, por exemplo, as autarquias são os principais empregadores e funcionam como chave social. Essa missão "filantrópica" não é despropositada mas a sua generalização é aterradora para a sustentatibilidade das instituições.
O sector privado que espera sempre obter proveitos só contrata quando vê efectiva necessidade de o fazer e por isso aqui é mais eficiente porém alterações nos mercados provocadas ou por crises económicas ou simplesmente por alterações de padrões de consumo podem criar recursos humanos excedentários. Quando isto sucede há uma necessidade de adaptar a estrutura de recursos humanos à realidade correndo o risco, caso isso não seja feito, de condenar toda a empresa a um fecho forçado.
O despedimento de funcionários é um tema sempre muito sensível porque envolve a "vida" das pessoas e a sua efectivação pode ser dramática e conduzir a disfunções pessoais e familiares. Por esta mesma razão e também pelos elevados custos dos despedimentos para as empresas o acto de contratar é em regra severamente ponderado. Segundo algumas praticas de gestão há empresas que optam por ter no seu quadro um número de pessoal inferior às suas necessidades e completá-lo ou com independentes ou recorrendo a empresas de trabalho temporário ou em outros casos recorrendo a subcontratação de produção ou serviços. Deste modo quem recorre a este método está em certa medida salvaguardado das oscilações dos mercados, um exemplo carismático deste método é a indústria automóvel inspirada nos sistemas de gestão da Toyota. Claro está que pode sempre questionar-se o uso desses métodos por empresários sem ética ou mesmo tendo-a o que vai fazer esse pessoal quando são dispensados? Não há certamente respostas absolutas mas digo-vos apenas que há meia dúzia de anos numa rápida viagem de trabalho a Epinal na França, outrora uma região com uma forte predominância da industria têxtil, hoje todas (ou quase todas encerradas) encontrei na pequena localidade uma quantidade nunca por mim vista de agências de trabalho temporário. A existência destas agências em tão grande quantidade são reveladoras de que a resposta ao aumento do desemprego passou pela polivalência de funções e aceitação de uma forma de trabalho como prestadores de serviços.
Cada vez mais estou convencido que uma fatia significativa de trabalhadores vão caminhar para esta forma de se apresentar no mercado passando assim a ser "vendedores" da sua força de trabalho. Esta pode vir a ser uma boa opção não só para épocas de crise mas também em épocas de crescimento económico com um potencial de remuneração superior ao dos trabalhadores dependentes.
No que ao Estado diz respeito, as actuais taxas de desemprego são um fardo pesado em remunerações em forma de subsídio de desemprego pelo que têm de ser encontradas soluções mais inteligentes do que a simples redução do tempo de subsídio ou valores de remuneração. Ouso sugerir que o Estado se deve colocar no papel de entidade possuidora de força de trabalho passível de ser fornecida às empresas privadas com repartição de custos por ambos, especialmente como forma de apoio a pequenas empresas com fraco poder de contratação. Certamente esta solução é razoável na media em que reduz os custos do Estado e potência o desenvolvimento das pequenas empresas podendo ainda facilitar uma colocação mais rápida dos desempregados.
Ainda no sector Estado julgo haver muito a fazer para ocupação dos seus excedentários pois as entidades públicas são eximias a subcontratar. Veja-se por exemplo o caso das autarquias que hoje em dia para qualquer pequena obra recorrem à subcontratação de empreiteiros privados para o fazer. Estou convencido que uma parte muito significativa das obras camarárias pode ser executada com meios próprios evitando despesas e valorizando o seu quadro de pessoal.
O sector público é sobejamente conhecido pelo desgoverno das contratações que fez ao longo dos tempos as quais conduziram a um exagerado despesismo com pessoal e ainda mais grave a um laxismo de uma parte significativa desses funcionários dando uma imagem de descrédito do sector estado. Nos meios mais pequenos, por exemplo, as autarquias são os principais empregadores e funcionam como chave social. Essa missão "filantrópica" não é despropositada mas a sua generalização é aterradora para a sustentatibilidade das instituições.
O sector privado que espera sempre obter proveitos só contrata quando vê efectiva necessidade de o fazer e por isso aqui é mais eficiente porém alterações nos mercados provocadas ou por crises económicas ou simplesmente por alterações de padrões de consumo podem criar recursos humanos excedentários. Quando isto sucede há uma necessidade de adaptar a estrutura de recursos humanos à realidade correndo o risco, caso isso não seja feito, de condenar toda a empresa a um fecho forçado.
O despedimento de funcionários é um tema sempre muito sensível porque envolve a "vida" das pessoas e a sua efectivação pode ser dramática e conduzir a disfunções pessoais e familiares. Por esta mesma razão e também pelos elevados custos dos despedimentos para as empresas o acto de contratar é em regra severamente ponderado. Segundo algumas praticas de gestão há empresas que optam por ter no seu quadro um número de pessoal inferior às suas necessidades e completá-lo ou com independentes ou recorrendo a empresas de trabalho temporário ou em outros casos recorrendo a subcontratação de produção ou serviços. Deste modo quem recorre a este método está em certa medida salvaguardado das oscilações dos mercados, um exemplo carismático deste método é a indústria automóvel inspirada nos sistemas de gestão da Toyota. Claro está que pode sempre questionar-se o uso desses métodos por empresários sem ética ou mesmo tendo-a o que vai fazer esse pessoal quando são dispensados? Não há certamente respostas absolutas mas digo-vos apenas que há meia dúzia de anos numa rápida viagem de trabalho a Epinal na França, outrora uma região com uma forte predominância da industria têxtil, hoje todas (ou quase todas encerradas) encontrei na pequena localidade uma quantidade nunca por mim vista de agências de trabalho temporário. A existência destas agências em tão grande quantidade são reveladoras de que a resposta ao aumento do desemprego passou pela polivalência de funções e aceitação de uma forma de trabalho como prestadores de serviços.
Cada vez mais estou convencido que uma fatia significativa de trabalhadores vão caminhar para esta forma de se apresentar no mercado passando assim a ser "vendedores" da sua força de trabalho. Esta pode vir a ser uma boa opção não só para épocas de crise mas também em épocas de crescimento económico com um potencial de remuneração superior ao dos trabalhadores dependentes.
No que ao Estado diz respeito, as actuais taxas de desemprego são um fardo pesado em remunerações em forma de subsídio de desemprego pelo que têm de ser encontradas soluções mais inteligentes do que a simples redução do tempo de subsídio ou valores de remuneração. Ouso sugerir que o Estado se deve colocar no papel de entidade possuidora de força de trabalho passível de ser fornecida às empresas privadas com repartição de custos por ambos, especialmente como forma de apoio a pequenas empresas com fraco poder de contratação. Certamente esta solução é razoável na media em que reduz os custos do Estado e potência o desenvolvimento das pequenas empresas podendo ainda facilitar uma colocação mais rápida dos desempregados.
Ainda no sector Estado julgo haver muito a fazer para ocupação dos seus excedentários pois as entidades públicas são eximias a subcontratar. Veja-se por exemplo o caso das autarquias que hoje em dia para qualquer pequena obra recorrem à subcontratação de empreiteiros privados para o fazer. Estou convencido que uma parte muito significativa das obras camarárias pode ser executada com meios próprios evitando despesas e valorizando o seu quadro de pessoal.
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