Vizela 2038 (Parte II)

(anteriror: http://mirandablogue.blogspot.pt/2017/06/vizela-2038-parte-i.html)

No que à mobilidade dentro da cidade diz respeito, é também necessário resolver algumas questões, salta aos olhos de imediato o congestionamento da rotunda dos bombeiros e da rua Joaquim Pinto. Eu acredito que a solução definitiva passa pela criação de uma circular nascente, daí que também se possa questionar se o projeto para a mesma já existe? Certamente não há financiamento se não existir um projeto solidamente elaborado para apresentar aos canais que concentram os recursos. Enquanto a circular nascente não avança, não se pode ficar paradohá soluções mais baratas que podem ser implementadas. Por exemplo, para descongestionar a rotunda dos bombeiros é necessário em primeiro lugar retirar a importância geográfica que a mesma tem, ou seja desviar parte do tráfego. Começar por retirar o trânsito de ligeiros provenientes de Infias para Felgueiras o que pode ser feito através da recém terminada alternativa à EN106 "convidando" os automobilistas a usá-la desviando-se depois para estrada de Lagoas, isso faz-se adequando a sinalização, ou seja no início desta via, na rotunda de Infias, quem vem do cruzamento dos fundos deveria encontrar sinalização a indicar Felgueiras (exclusivo a ligeiros) a apontar para a nova via e depois adequar toda a sinalização ao longo do percurso até os conduzir à N101-3, do mesmo modo na rotunda de Infias deveria constar a indicação de Vizela centro. Esta opção para Felgueiras deixaria de estar limitada a ligeiros quando for construída a ponte alternativa à Ponte Nove de Tagilde.  
Feito isto, a solução para a rotunda dos bombeiros é a sua eliminação, ou seja dar primazia ao trânsito no eixo principal e permitir exclusivamente viragens à direita, assim quem vem de Moreira fica obrigado a virar em direção à rotunda do Lidl, se pretender virar para Infias terá de inverter a marcha nesta rotunda, quem vem da estação apenas pode seguir em frente ou virar em direção a Moreira, ficando assim impedido de virar para o centro pela Avenida dos Bombeiros, se o pretender fazer, já o devia ter feito na rotunda em direção ao Túnel da Cor ou seguir pelo Castelo, ou ainda  inverter na rotunda do Lidl sendo depois possível sair à direita para a Avenida dos Bombeiros. Quem pretender sair da rua Francisco Costa apenas deverá poder virar à direita e descer a Avenida dos Bombeiros, também para entrar na rua Francisco Costa só deverá ser possível a quem suba a Avenida dos Bombeiros ou a quem venha da rotunda do Lidl. A únicas permissão para virar à esquerda deverá ser a de quem suba a Avenida dos Bombeiros e queira virar para a rotunda do Lidl. Já quem subir a Avenida dos Bombeiros e pretender seguir para Moreira, deverá virar à direita e só depois à esquerda pela rua da Rechã e rua José Ribeiro Ferreira. Nesta manobra não faz sentido falar em pesados. O esquema de circulação fica mais complicado, mas a regra de apenas permitir virar à direita é usada na maioria das grandes cidades para facilitar a fluidez de trânsito. 


Já o descongestionamento da rua Joaquim Pinto passa por dar prioridade à quem sai da mesma junto à igreja de São João. Quem circular do castelo em direção ao centro terá de ser obrigado a ceder passagem.  Em complemento, na rotunda do castelo devem ser tomadas medidas no propósito de desincentivar o movimento "natural" que é o de seguir em direção ao centro em lugar de virar à esquerda pela circular poente.  Para o efeito deve ser implementada uma praça em frente ao edifício do castelo e desviar a rua em direção ao nó do Pingo Doce, desse modo todo o trânsito que venha da rotunda do Intermarché e queira entrar no centro de Vizela pela Ponte D. Luís fica forçado a descer até junto do Pingo Doce e só depois apanhar a nova via em direção ao centro, desse modo o movimento mais natural passa a ser seguir pela circular. 

A rua Joaquim Pinto padece ainda de outro problema que é a dificuldade de paragem para entrega de alunos na escola com o mesmo nome e que origina também o congestionamento desta via, que devido à falta da circular nascente tornou-se uma via de saída fulcral para viragem a sul de quem é obrigado a passar pela Praça de Republica. A primeira pergunta a fazer é se, com a atual oferta do parque escolar vizelense continua a fazer sentido manter ativa esta escola? Tenho dúvidas. Sendo a opção manter a escola é então necessário criar zonas exclusivas para saída de alunos, sobre os aspetos funcionais desta medida não me alongarei, apenas fica a informação de que já as remeti há alguns meses para a Câmara Municipal de Vizela (CMV). 
A estrada de Lagoas é a via camarária mais estrutural do concelho de Vizela, ela é o canal de acesso à cidade para as  freguesias de Tagilde, Sampaio e parte de Santo Adrião. É também usada por populações do concelho de Guimarães para acesso a Vizela, como São Faustino e Gémeos por exemplo É ainda via de acesso à zona industrial de Lagoas, armazém da Cerdisa e base logística da Mundotêxtil em Tagilde e zona industrial de São Paio e permite ainda um acesso mais rápido a Fafe do que por Guimarães. Já referi também que deve ser potenciada como ponto de passagem para ligação a Felgueiras. Está aqui bem explicada e justificada a intensidade de tráfego que nela se regista sendo muito desse tráfego de veículos pesados. Esta via é também muito utilizada para trajetos pedonais, seja por força do mau serviço de transportes coletivos seja apenas por lazer, em especial nas noites de verão para caminhadas. Ora, é por estas razões que é fundamental dotar esta via de passeios e sinalização adequada, quer vertical, quer horizontal. 

Ainda sobre mobilidade e vias de acesso, é necessário promover o uso alternativo ao veículo convencional próprio. Conforme acabei de referir, o eixo Tagilde São Paio está mal servido de transportes coletivos, é pois tempo criar uma estrutura de transportes que sirva os interesses da população e creio que não será tão dispendioso, possivelmente 1 ou 2 miniautocarros em articulação com a oferta atual deverá ser suficiente para manter uma rede de baixo custo e com um nível de atendimento aceitável. Esta é uma medida necessária para a população, muito em especial os mais jovens que não se regulam pelos normais horários de trabalho, pena é que por razões de intriga pessoal se tenha apregoado a concretização da mesma e que assentada a poeira vai-se empurrando o assunto para o fundo da gaveta à procura de um buraco por onde ela se possa perder. Deverá também ser uma prioridade, tanto por razões de saúde como por razões ambientais incentivar as deslocações pedonais e em bicicleta, para o efeito deve haver uma política consistente, em todo o concelho, de implementação de passeios, regularização de bermas e marcações de linhas longitudinais  para delimitação de faixas de rodagem. As margens do rio Vizela também devem ser aproveitadas, em toda a sua extensão dentro do concelho de Vizela, para criação de um corredor para circulação pedonal e de bicicletas. Não é necessário uma intervenção dispendiosa, apenas fazer uso das zonas de acesso e usufruto público que a lei contempla para as margens dos cursos de água e fazer a sua limpeza de maneira a que se tornem transitáveis e tendo em alguns pontos iluminação pública. O mesmo ao longo do ribeiro de Sá formando deste modo uma ecovia que interligaria São Paio, Tagilde, Santo Adrião, Santa Eulália e a cidade. 

(continua http://mirandablogue.blogspot.pt/2017/06/vizela-2038-parte-ii_22.html)

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