Desenterrar Vizela (II)
Vizela em Museu da Indústria Têxtil, Papel e Moagem
(Continuação)
E o que mostrar ao forasteiro? O que é que Vizela tem para mostrar? O S. Bento? Não é suficiente. O Parque? Sim, mas… podia estar melhor. A zona ribeirinha? Está decadente e poluída. A arquitectura das casas dos “torna viagem”? Estão degradadas. As termas? Não parecem gozar de boa saúde. A História? Como é que se mostra a História? A Cultura? Como? Bom, em resumo pouco mais do que nada.
Para mostrar Vizela é preciso “desenterrá-la” porque aqui não temos nada que de imediato desperte a atenção dos mais distraídos. Antes de mais são precisas zonas agradáveis para se estar. Já temos o S. Bento, que apesar de tudo ainda precisa de evoluir. O Parque é uma pérola delicada que necessita ser tratada convenientemente, penso que primeiro é preciso fazer um levantamento do património biológico e do respectivo estado de conservação, para só depois, traçar um projecto de intervenção que o valorize ambientalmente e o coloque ao serviço do lazer, mas também da educação ambiental pois julgo que aqui há potencial para o tornar em centro interpretativo de espécies vegetais (http://banhosquentes.blogspot.com/2006/08/vizela-em-1886.html). A zona ribeirinha é outro espaço que pode ser aproveitado, mas ao contrário de algumas opiniões, sou adepto da conservação da memória industrial e por isso deve manter-se a imagem fabril da margem esquerda entre ambas as pontes, sendo nesse espaço pode ser construído um museu da indústria têxtil, papel e moagem, porque todas estas actividades tiveram o seu lugar nesta região, e todas elas precisaram do rio para a sua existência. Já estou a falar em espaços de cultura, por isso acrescento que a futura biblioteca deverá ser no “Castelo”, aproveitando para a aí também instalar um centro de estudos sobre Vizela e um museu da luta pela conquista do concelho. Seria este um espaço de estudo e cultura por excelência, sendo que, por outro lado é uma oportunidade para trazer vida urbana à margem esquerda. Aproveitando os terrenos do logradouro do edifício ainda se pode precaver a construção de um anfiteatro digno de acolher espectáculos cénicos e musicais.
Nota: A foto foi retirada do blog Sapatos Vermelhos. Vale a pena uma visita por ter uma opinião em parte distinta da minha.
(Continuação)
Imagine-se um português de Lisboa (quem diz Lisboa, diz outra terra qualquer), que nunca esteve em Vizela, que apenas a conhece do que vê nos serviços noticiosos. Que vem à cabeça a deste português se alguém lhe perguntar o que sabe acerca de Vizela? Provavelmente que é uma pequena localidade lá para o Minho (se souber isto já é muito) e que travou uma luta imensa para se tornar município. Com alguma sorte poderá saber que é uma terra termal próxima de Guimarães e que tem como especialidade de doçaria o Bolinhol. Faço pois a pergunta: Como é que se cativa este Português a vir a Vizela? Penso que há duas possibilidades; ser um potencial interessado em férias termais, ou então alguém com apetite por conhecer Guimarães. Vizela goza de uma localização periférica à cidade berço e há que tirar partido disso, é preciso publicitar Vizela em Guimarães e convidar os turistas da Cidade vizinha a conhecer Vizela. Esta é seguramente uma oportunidade que se pode e deve aproveitar.
(Continua)
Nota: A foto foi retirada do blog Sapatos Vermelhos. Vale a pena uma visita por ter uma opinião em parte distinta da minha.
Comentários
Aposto que é o maior chamariz e aquilo que o turista melhor conhece. Quem passa por Vizela e não foi à Pensão, ao Avelino, ao Raínha, Aguia D'Ouro ou até ao Custódio!